Clique aqui para acessar o site com o livro.
Resumo:
É crescente a importância das tecnologias de informação e comunicação. Apesar disso, é limitadíssimo o número de pessoas — mesmo entre acadêmicos, políticos, autoridades de governo e militantes de movimentos sociais — que se mantêm atualizadas com as transformações tecnológicas, institucionais e sociais que redesenharam o perfil e a abrangência dessas atividades.
Como quaisquer outras, as tecnologias de informação são apenas meios, colocados a serviço de fins que a sociedade deve definir. Do ponto de vista tecnológico, nunca foi tão fácil constituir uma esfera pública democrática, obter maior eficiência nas políticas sociais e garantir transparência nas ações de governo. Mas também nunca foi tão fácil manipular consciências e produzir espíritos medíocres, colocando as pessoas, ainda mais, a serviço do consumo de coisas, e o consumo de coisas, ainda mais, a serviço da acumulação de capital. Dependendo das escolhas que a sociedade faça, a Era da Informação, de que tantos se orgulham, poderá vir a ser conhecida no futuro como Era da Incultura, ou Era da Vulgaridade.
Hoje, a mais importante batalha pela democracia se trava em torno do controle do complexo da informação e das comunicações. É disso que trata este livro. Além de uma abordagem geral teórica e histórica, Marcos Dantas chama a atenção para a posição do Brasil. Mostra como a opção de aprofundar nossa condição de sociedade periférica, em nome de uma mal definida “globalização”, asfixia as estruturas internas de desenvolvimento técnico-científico que, com grande esforço, havíamos conseguido criar. Também mostra como a privatização das telecomunicações representou um passo atrás, construindo um modelo inviável e deixando para o futuro uma bomba de efeito retardado.
Marcos Dantas defende que nossa inserção soberana no mundo, o enfrentamento da questão social e a modernização tecnológica têm de ser faces complementares de um mesmo projeto, que deve revalorizar a nação e incrementar o fortalecimento de espaços públicos, não necessariamente estatais. Tal projeto pode ter um decisivo ponto de apoio na criação de um novo complexo de informação e comunicações, parcialmente público, parcialmente privado, mas acima de tudo recolocado sob controle da sociedade brasileira.
César Benjamin